Os sistemas prediais de drenagem de águas pluviais têm como objetivo agrupar e encaminhar as águas pluviais desde a área de captação, no edifício, até à rede pública.
Para uma instalação adequada há que ter em conta inúmeros fatores, não só de natureza regulamentar, mas também outros que visam a otimização do sistema, quer economicamente, quer na sua própria integração e interligação com os restantes sistemas que operam num edifício A execução do projeto de um sistema de drenagem de águas pluviais, divide-se, de uma forma geral, em três partes: na avaliação dos dados existentes, na escolha do traçado e dimensionamento da rede. Na primeira fase é necessário avaliar se existe rede pública e se existe caixa ramal de ligação disponível.
Posteriormente, é necessário verificar se há cota para descarga das águas pluviais e escolher entre sistema de drenagem gravítica, sistema de drenagem com elevação e sistema misto.
A instalação e traçado da rede pressupõe a aplicação do Regulamento Geral, onde se definem todas as regras e recomendações relativas às diferentes componentes do sistema. Devem ainda ser consideradas limitações impostas por outras especialidades, de forma a observar uma adequada compatibilização entre projetos.
As águas das coberturas, varandas e pátios são recolhidas a partir ralos até tubos de queda, coletores ou diretamente para caixas de areia, elementos que têm como função garantir o transporte das mesmas até ao seu destino final, sendo ele uma infraestrutura pública ou um poço de absorção.
Este transporte permite que seja possível evitar que ocorram acumulações e possíveis danos materiais, tanto no interior, como no exterior de edifícios.
Devem ser previstos também drenos para recolha de águas subterrâneas, na envolvente das habitações e em zonas de pisos enterrados. Estes drenos, fundamentais para garantir que não ocorra degradação de elementos de fundação de edifícios (como sapatas), devem possuir diâmetros adequados e devem ser instalados com uma inclinação mínima de 0,5%.
O cálculo hidráulico dos elementos apresentados até agora deve ser feito tendo em consideração as normas regulamentares em vigor e a literatura técnica especializada, conforme indicado no DR nº23/95. O caudal de cálculo necessário para o dimensionamento depende do coeficiente de escoamento ponderado, da área da bacia hidrográfica e da intensidade da precipitação da chuva crítica. Este caudal é determinado pela seguinte fórmula:
Q (l/min) = C I A ,
Em que:
C = Coeficiente ponderado de escoamento;
A = Área da bacia a drenar em projeção horizontal (m²);
I = Intensidade de precipitação da chuvada crítica (l/min.m²).
Os valores do coeficiente de escoamento, C, vão depender dos tipos de revestimento e urbanização e das características geométricas e de permeabilidade da bacia correspondente. O valor de C depende também do estado de saturação do terreno, do tempo de recorrência e da duração da chuva. Uma vez que não estamos a analisar redes urbanas, considera-se o coeficiente de escoamento C igual a 1. A intensidade de precipitação de projeto, variável “I” da fórmula do caudal de cálculo, é determinada através da seguinte expressão:
I = a. t b
I = Intensidade média máxima de precipitação (mm/h);
t = Tempo de precipitação (min); a,
b = Constantes que dependem do período de retorno e da região pluviométrica.
O valor das constantes “a” e “b” da fórmula da intensidade podem ser determinados, de acordo o período de retorno (tradicionalmente é considerado um período de retorno mínimo de 5 anos) e com a região pluviométrica, tendo em conta a seguinte tabela:
Por sua vez, o tipo de região pluviométrica a que pertence um determinado local de projeto pode ser determinada tendo em conta o seguinte mapa:
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