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terça-feira, 26 de novembro de 2024

Software e Textos para a Voyage

 Deixo aqui o link de uma drive com software de programas de cálculo para engenheiro civis por na voyage 200 ou na inspire assim como uma coleção de textos

https://app.box.com/s/o57h2tb91o#1:9642080

Legislação

 Recomenda-se a consulta de alguns sites que incluem legislação pertinente, nomeadamente:


http://www.portugal.gov.pt/Portal/PT


http://dre.pt/


http://lexius.no.sapo.pt/legislacao.html


http://www.urbanismo-portugal.com/legislacao/legislacao_1.html


http://www.dgotdu.pt/PresentationLayer/dgotdu_site_leg00.aspx


http://www.moptc.pt/?id_categoria=7


http://www.ordemengenheiros.pt/Default.aspx?tabid=119


http://www.iapmei.pt/iapmei-leg-02.php?action=ambito&lsubtema=4&ltema=7&ambito=1


http://www.inci.pt/Portugues/Legislacao/Paginas/Legislacao.aspx


http://www.aecops.pt/pls/daecops2/!aecops_web.show_page?action=home_bd&p_sessao=


http://www.simap.eu.int/index_pt.html


http://www.aeportugal.pt/inicio.asp?Pagina=/Areas/HigieneSegTrab/Legislacao&Menu=MenuHST


http://www.epralima.pt/inforadapt/index.php/inforadapt/inforadapt/biblioteca_digital/legisla_o_nacional/nacionais/estaleiros_tempor_rios_ou_m_veis/dec_lei_n_41820_de_11_de_agosto_de_1958


http://www.ehsportugal.com/


Também alguns Municípios incluem nos seus sites, a legislação em vigor na área respectiva; sugere-se a consulta, entre outros, dos seguintes:


http://www.cm-porto.pt/


http://www.cm-guimaraes.pt/pagegen.asp?SYS_PAGE_ID=450151


http://www.cm-braganca.pt/pagegen.asp?SYS_PAGE_ID=464996


http://www.cm-torresnovas.pt/municipe/dau/default.asp


http://www.cm-seixal.pt/loja/loj_construir.html


Recomenda-se ainda a leitura de alguns sites de conteúdo jurídico com apoio técnico muito interessante, nomeadamente:



http://www.negocios.pt/superemprego/apoio_juridico/apoio_juridico_index.htm


http://www.ccdr-lvt.pt/content/index.php?action=detailFo&rec=175


http://www.lexportugal.com/LexPortugal/


http://www.iapmei.pt/iapmei-ins-01.php?tema_id=2&tema_sub_id=33&artigo_id=136


http://www.aeportugal.pt/inicio.asp?Pagina=/Areas/Juridico/Servicos&Menu=MenuJuridico


http://www.estig.ipbeja.pt/~ac_direito/introdhome.html

sábado, 23 de novembro de 2024

Folhas de Cálculo - APTA REDE DE INCÊNDIO

 Também uma ferramenta que uso muito para dimensionar redes de incêndio são as folhas da APTA, apesar de possuirem algumas limitações em relação ao número de linhas são bastantes uteis para um cálculo rápido 


Aqui

Projeto de Especialidade: Rede de Incêndio

 Uma sub-especialidade do projeto de abastecimento de água e muitas vezes incluido no próprio projeto de abastecimento de água , é o projeto de rede incêndio.

O projeto de uma rede de incêndio consiste no planeamento e dimensionamento de um sistema hidráulico destinado à prevenção e ao combate de incêndios em edifícios ou instalações. Este tipo de projeto é essencial para garantir a segurança de pessoas, bens e estruturas, assegurando ainda o cumprimento das normas legais e regulamentações em vigor em Portugal, como o Regulamento Técnico de Segurança contra Incêndios em Edifícios (RT-SCIE).

Uma rede de incêndio tem como objetivo fornecer água em quantidade e pressão adequadas para o combate a incêndios, garantindo que o sistema seja eficiente e funcional em situações de emergência. Para isso, o projeto deve considerar uma série de elementos essenciais, como a fonte de abastecimento de água, que pode ser uma ligação à rede pública, reservatórios próprios ou sistemas específicos de armazenamento, as bombas de incêndio, responsáveis por assegurar a pressão necessária, e as tubagens, que transportam a água desde a fonte até aos pontos de utilização. Estes pontos, como hidrantes, bocas de incêndio ou sistemas de sprinklers, são os equipamentos que permitem a atuação direta no combate ao fogo.

O desenvolvimento do projeto passa por várias etapas. Inicialmente, realiza-se um estudo preliminar que avalia os riscos específicos do edifício, o tipo de ocupação e as categorias de risco previstas na legislação. De seguida, procede-se ao dimensionamento hidráulico, onde são definidos o diâmetro das tubagens, a pressão e o caudal necessários. Após esta fase, é planeado o traçado da rede, determinando o percurso das tubagens e a localização dos componentes de forma a cobrir adequadamente todas as áreas críticas do edifício. Por fim, são selecionados os materiais e equipamentos que cumprem as normas de segurança e qualidade, e elaborados os desenhos técnicos que representam detalhadamente o sistema, acompanhados por uma memória descritiva e justificativa que explica os critérios adotados no projeto.

Um projeto de rede de incêndio bem elaborado proporciona inúmeras vantagens, como a garantia de segurança para os ocupantes do edifício, a redução de danos materiais e a minimização do risco de perdas humanas em caso de incêndio. Além disso, assegura o cumprimento das obrigações legais e dos requisitos das seguradoras, permitindo ainda uma otimização dos recursos e uma redução nos custos operacionais. Por esta razão, é fundamental que este trabalho seja realizado por profissionais qualificados, com conhecimentos técnicos especializados e experiência na área, de forma a assegurar a eficácia e a fiabilidade do sistema em qualquer situação de emergência.




quinta-feira, 14 de novembro de 2024

CASO DE ESTUDO: EXEMPLO DE PROJETO DE ABASTECIMENTO

 Gostaria de mostrar um dos primeiros projetos que fiz de abastecimento de água, super simples e fácil de entender.




        Aqui vemos a rede de abastecimento, sendo a rede exterior em PEAD e depois entra dentro da habitação em PPR, podia ser em multicamada ou PEX mas neste caso optou-se por PPR. em que abastece os equipamentos.



    Todos os projectos de abastecimento devem ter uma isometria para o instalar ter a noção das alturas em que andam os tubos.Esta Isometria foi obtida utilizando o software de cálculo CYPE.
    

Por fim, temos os pormenores que devem conter toda a informação importante







segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Hidráulica Predial : Projeto de Rede Predial de ab

 

Projeto de Rede Predial de Abastecimento de Água 


     Os projetos de redes prediais de águas pretendem garantir o abastecimento de água, em condições de segurança e qualidade. Estes projetos abrangem peças escritas e desenhadas que devem ser submetidos às entidades locais, câmara municipal e entidade gestora de água, para o licenciamento de novos edifícios e reabilitação de redes já existentes. 

     A elaboração de um sistema predial de abastecimento de água divide-se em duas fases, inicialmente no desenho do traçado do sistema e depois o seu dimensionamento.

     Na elaboração do traçado é necessário ter em conta as características do edifício, assim como da rede que o vai abastecer, tendo sempre em vista o cumprimento do regulamento em vigor. 

     O dimensionamento da rede tem de ser feito de acordo com o regulamento em vigor e tem como principal objetivo determinar os diâmetros necessários nas diferentes zonas do traçado garantindo a pressão adequada. 

     No início também é necessário proceder à seleção de materiais de tubagens, a discutir com o dono de obra ou coordenador de projeto, qual o tipo de sistema ou equipamento, a considerar para a produção de águas quentes sanitárias (AQS). A seleção do tipo de material a aplicar considera fatores como custa, tipo de composição química da água, e se a tubagem andará enterrada, ou embebida. 

    Para os sistemas de AQS, as soluções mais usuais são sistemas de bomba de calor e sistemas solares térmicos. Depois de estar definido as características inicias do projeto, inicia-se o traçado da rede de água fria, que começa no contador, que ficará localizado sempre que possível no muro ou fachada do edifício no limite da propriedade.

    O traçado de água fria posteriormente, desenvolve-se até cada um dos pontos de água pré-definidos no layout da arquitetura. No exterior da habitação, o traçado desenvolve-se a partir do contador até possíveis caixas de rega, torneiras pontuais, sistemas de bombagem de piscinas, etc. 

    Já no interior da habitação, o trajeto das tubagens de água fria, que se pode realizar pelo teto falso, pelo pavimento ou pelas paredes e pode desenvolver-se ao longo de um corredor ou hall e posteriormente ramificar-se para as diversas divisões da casa com pontos de água instalações sanitárias, lavandarias, cozinhas, garagem e casa de máquinas. 

     Por sua vez, no que diz respeito à rede de água quente, a mesma inicia-se no aparelho produção de águas quentes sanitárias e desenvolve-se, pelo pavimento, teto falso ou paredes, para as diversas divisões, da mesma forma que a água fria, mas sempre a um nível superior, devendo estar afastadas pelo menos 50 mm. Este afastamento é de modo a evitar a degradação do material dos tubos.

À entrada de cada compartimento, de forma a assegurar a possibilidade de corte do abastecimento da divisão sem condicionar os restantes compartimentos, deverão existir uma válvula da rede de água quente e uma válvula da rede de água fria, de acordo com a Figura 

    Após a definição de todos os aspetos relacionados com o traçado completo da rede, procede-se ao cálculo para determinar os diâmetros e as pressões nos diversos ramais que constituem a rede projetada.

       O dimensionamento de uma rede de abastecimento pode ser efetuado com o auxílio de uma folha de cálculo especialmente programada para este propósito ou com um software como o cype 2024, onde se consideram os pressupostos do regulamento e as características do material escolhido.

    O regulamento atualmente em vigor em Portugal para projetos de distribuição de água é o Decreto Regulamentar n.º 23/95, de 23 de agosto – Regulamento Geral dos Sistemas Públicos e Prediais de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas Residuais.

     Este regulamento estabelece a metodologia de cálculo para a obtenção dos diâmetros de cada uma das tubagens da rede, diâmetros esses que são determinados em função dos caudais de cálculo, das velocidades de escoamento e das perdas de carga nas canalizações.

    O cálculo começa pela determinação dos caudais de cálculo, resultantes da aplicação de um coeficiente de simultaneidade, que representa a probabilidade de funcionamento simultâneo de aparelhos, a um caudal acumulado. 

    O coeficiente de simultaneidade, que assume valores inferiores à unidade e permite reduzir o valor do caudal acumulado obtido, de modo a evitar o sobredimensionamento das tubagens da rede.

    O caudal acumulado define-se como o somatório dos caudais instantâneos associados aos aparelhos existentes a jusante de um determinado troço da rede. Estes caudais instantâneos, estabelecidos para cada tipo de dispositivo de utilização, estão definidos na tabela do anexo IV do DR n.º 23/95.


    As velocidades de escoamento dentro das tubagens são calculadas utilizando ábacos e formulas com base no caudal de cálculo determinado e no diâmetro, podem ser ajustadas considerando fatores como a perda de carga, a rugosidade da tubagem e o tipo de fluido.

    Estabelecer limites para essas velocidades é essencial para evitar a formação de depósitos residuais que podem surgir quando as velocidades são muito baixas, bem como para prevenir choques hidráulicos, vibrações e falta de pressão que pode ocorrer se as velocidades forem muito altas, causando problemas na rede. 

    Para assegurar o bom funcionamento, a velocidade de escoamento deve estar entre o mínimo regulamentar de 0,5 m/s e o máximo de 2,0 m/s.

    Depois de verificar as velocidades, é crucial analisar a pressão em cada ponto da rede de distribuição de água. Para que a água chegue a todos os dispositivos de forma eficaz, com o caudal e a pressão necessários, é preciso calcular as perdas de carga ao longo da rede e considerar os desníveis que precisam ser superados. 

    As perdas de carga podem ser contínuas ou localizadas. As perdas contínuas ou lineares ocorrem ao longo do percurso da rede devido à rugosidade das tubagens. Este tipo de perdas de carga são obtidas através de ábacos construídos com base na expressão de Flamant: 



    As perdas de carga que ocorrem em pontos específicos da rede devem-se a mudanças locais, como a alteração da direção do fluxo, variações na altura da rede e caudal, devido a válvulas e contadores. 
No sistema de Água Quente Sanitária (AQS), estas perdas também são significativas. 
    De forma simplificada, pode-se considerar que os contadores têm uma perda de carga de 0,60 m.c.a., as válvulas de seccionamento têm 0,25 m.c.a., as válvulas de antirretorno têm 0,25 m.c.a., e o acumulador elétrico tem uma perda de carga de 2,50 m.c.a. 
     De forma a avaliar os outros tipos de perdas de carga localizadas que ocorrem ao longo do traçado (como é o caso das mudanças de direção), que são de difícil quantificação, os valores obtidos para as perdas de carga lineares deverão ser agravados em 15%. 
     Uma vez calculado todas as perdas de carga, verifica-se a pressão mínima no ponto mais distante da rede, de modo a assegurar que é superior a 10m.c.a, valor de referência. 
    Garantir a pressão adequada nesse local e contabilizar as perdas de carga, assim como as diferentes alturas dos equipamentos, assegura que a água chegue com o caudal e a pressão apropriados a qualquer outro ponto do sistema. Com todas as condições necessárias verificadas, o cálculo é concluído e pode ser detalhado na memória descritiva e justificativa do projeto. 
    Esta memória deve incluir, de forma clara, as características gerais do edifício, uma descrição minuciosa da rede projetada, o método de cálculo utilizado, detalhes das construções, as propriedades dos materiais escolhidos e os requisitos mínimos para os sistemas de água quente sanitária (AQS) mencionados anteriormente. 
    Para além da memória e dos cálculos, os desenhos técnicos são essenciais para o projeto de abastecimento de água. Além das plantas, é também normalmente necessário incluir isometrias da rede e cortes.


Caso de Estudo: PASSIVE HOUSE

 

A primeira marca de construção passiva foi formalizada em 1988 pelo Prof. Bo Adamson e Dr. Wolfgang Feist. Como resultado, construíram o primeiro edifício passivo em Darmstadt, Kranischtein, em 1991:

  • 90% de economia nos custos de aquecimento em comparação com o standard
  • 27 anos depois, o edifício continua a ser tão eficiente como aquando da sua construção. 

Os edifícios passivos combinam conforto térmico, qualidade do ar interior e baixo consumo de energia. 

Em termos de aparência não é possível reconhecer uma casa passiva, na verdade é um padrão de desempenho e não um método de construção específico. Os edifícios passivos têm de satisfazer os requisitos da procura de energia, mas existe total liberdade de escolha dos métodos para alcançar tais requisitos (betão, madeira…).

A casa passiva poupa 90% da energia utilizada para aquecimento numa construção standard e 75% no caso de uma nova construção.

  • Possível em qualquer lugar do mundo (
  • Adequado para diferentes tipos de construção (edifícios residenciais, como cinemas, escolas ou escritórios)
  • Técnicas de aquecimento ou arrefecimento a adaptar em função do clima

É bastante difícil alcançar o padrão da Casa Passiva quando se trata de renovação, especialmente devido às dificuldades encontradas na redução de todas as pontes térmicas e isolamento do exterior. Por esta razão, existe uma norma de Casa Passiva específica para a renovação (EnerPHit = Energy Retrofit with Passive House Components): 

  • Critérios de desempenho menos exigentes
  • Oferecer ao cliente uma garantia de qualidade na modernização da sua casa

  • Excelente isolamento térmico da envelope exterior do edifício
  • Caixilharias isolantes e vidros de alta qualidade, de preferência certificadas pelo Instituto Passivhaus
  • Minimização de pontes térmicas
  • Envolvente do edíficio estanque ao ar
  • Sistema de ventilação com recuperação de calor
  • Se algum dos seguintes critérios não for cumprido, o edifício não será elegível para a certificação Passivhaus!

    • Necessidades de energia para aquecimento/arrefecimento  ⩽ 15 kWh/m².ano ou carga de aquecimento/arrefecimento ⩽ 10 W/m²

    Numa casa tradicional, as necessidades de aquecimento são de cerca de 60-150 kWh/m2a (4 a 10 vezes mais do que numa casa passiva). A carga máxima para aquecimento numa casa tradicional é de cerca de 30-50 W/m2 (3 a 5 vezes mais do que numa casa passiva).

    • Estanquidade ao ar do edifício n50 ⩽ 0.6/h

    Numa construção tradicional, todas as pequenas fugas de ar que  são possiveis através de pequenos orifícios na construção, é como podem equivaler a uma abertura de 40×40 cm na parede. Numa casa passiva, a área total de fugas de ar equivale ao tamanho de uma moeda de €1.

    • Necessidades de Energia primária ⩽ 120 kWh/m².ano ou necessidades de energia renovável primária  ⩽ 60 kWh/m².ano

     

    • Frequência do excesso de temperatura (25ºC) ⩽ 10%



sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Folhas de Cálculo - PtNzeb e Itecons


 As folhas do PTNZEB (Plano de Ação para Edifícios com Necessidades Quase Nulas de Energia) e do Itecons (Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico para a Construção, Energia, Ambiente e Sustentabilidade) são fundamentais para a certificação energética de edifícios em Portugal. Elas fornecem uma base técnica e normativa que orienta os profissionais do setor na implementação de medidas que promovem a eficiência energética. O PTNZEB, em particular, estabelece metas e diretrizes para que os edifícios cumpram requisitos que os classifiquem como de necessidades quase nulas de energia, incentivando a incorporação de soluções sustentáveis desde a conceção até à construção e reabilitação de edifícios.

Por outro lado, o Itecons desempenha um papel relevante na disponibilização de ferramentas e documentos técnicos que apoiam a avaliação da eficiência energética de edificações, garantindo que estas atendam aos padrões de qualidade exigidos por regulamentações nacionais e europeias. As folhas do Itecons incluem metodologias de cálculo, referências de desempenho e soluções técnicas para a melhoria dos parâmetros de energia e conforto. Assim, a conjugação das diretrizes do PTNZEB com as orientações práticas do Itecons cria uma estrutura robusta que auxilia engenheiros e arquitetos a certificar e desenvolver projetos que cumpram as normas de sustentabilidade e eficiência energética.


Deixo aqui o link do site para descarregar as respetivas folhas:


https://www.peritosqualificados.pt/pt/



https://www.itecons.uc.pt/projectos/reabilitacao/index.php?module=sec&id=71



Especialidade de Térmica

 


    O projeto de térmica é um dos projetos de especialidades que deve ser entregue à Câmara Municipal, aquando da construção ou renovação de um edifício. O estudo de comportamento térmico estabelece as regras que devem ser observadas na conceção dos sistemas de climatização, de modo a promover conforto térmico. Ou seja, o objetivo é que os edifícios tenham desempenho eficiente em termos de aquecimento, arrefecimento e ventilação para garantir a qualidade do ar no seu interior.

Este desempenho eficiente é então comprovado pela certificação energética, evitando-se, assim, o desperdício excessivo de energia.

O Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior nos Edifícios (SCE) é um dos pilares nos quais se baseia a nova legislação relativa à qualidade térmica dos edifícios em Portugal. Os regulamentos que fazem parte deste sistema devem ser seguidos para a elaboração dos projetos de térmica, com o objetivo de proporcionar economias significativas de energia para o país em geral e para os utilizadores dos edifícios, em particular.

Por sua vez, o Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE) estabelece requisitos de qualidade para os novos edifícios de habitação e de pequenos serviços sem sistemas de climatização. 

Neste sentido, as características das paredes, envidraçados, pavimentos e coberturas, devem respeitar as qualidades térmicas constantes nos requisitos impostos pelo RCCTE.

O Decreto-Lei n.º 101-D/2020 de 7 de Dezembro, na sua versão atual, estabelece os requisitos mínimos para o projeto e a renovação de edifícios, visando garantir e melhorar o seu desempenho energético. Para tal, define critérios específicos para a modernização e reabilitação destes. Este diploma legal regulamenta também o Sistema de Certificação Energética de Edifícios (SCE), gerido pela ADENE. A agência é responsável por monitorizar a qualidade dos certificados, assegurando a correção dos cálculos. O SCE disponibiliza uma plataforma online para a emissão de pré-certificados e certificados energéticos, que classificam a eficiência energética de um edifício. Estes documentos são emitidos por peritos qualificados, profissionais independentes com formação em arquitetura ou engenharia e, pelo menos, cinco anos de experiência. Existem duas categorias de peritos qualificados, PQ-I e PQ-II, com funções definidas no Decreto-Lei n.º 102/2021 de 19 de Novembro.

Ao Perito Qualificado I (PQ I) compete avaliar o desempenho energéticos dos edifícios abrangidos pelo SCE, mediante a emissão dos pré-certificados e certificados energéticos, identificar e avaliaras oportunidades e recomendações de melhoria de desempenho energéticos dos edifícios, emitir os pré-certificados e certificados energéticos do SCE, apoiar os proprietários dos edifícios na implementação das oportunidades e recomendações de melhoria. Estes peritos são engenheiros certificados pela ADENE.

O Perito Qualificado II (PQ II) é também um profissional altamente especializado, com formação e experiência específicas, responsável por realizar avaliações energéticas de edifícios em Portugal. A sua atuação é fundamental para o Sistema de Certificação Energética (SCE) e contribui para a promoção da eficiência energética no país. As suas principais funções incluem: Avaliação periódica de Grandes Edifícios de Comércios e Serviços (GES), a recolha e submissão de dados de consumo e a elaboração de um plano de melhoria. Normalmente, o PQ I realiza pré-certificados energéticos e certificados finais de habitações e de comércios até potência nominal inferior a 30Kw, enquanto que o PQ II se ocupa dos certificados de comércio e serviços. Só estes peritos podem emitir um certificado energético.

Figura 1 - Exemplo de certificado Energético

Um certificado energético é um documento obrigatório em Portugal que avalia o desempenho energético de um edifício, seja ele uma casa, um apartamento ou um edifício comercial. É como um “rótulo energético” para imóveis, que informa sobre o consumo de energia do edifício e sugere medidas para melhorar a sua eficiência. É importante, pois permite aos compradores ou inquilinos tomar decisões mais informadas ao escolher um imóvel, sabendo qual o seu consumo energético e os custos associados. Além disso, incentiva a melhoria da eficiência de energética dos edifícios, reduzindo o consumo de energia e as emissões de gases com efeito de estufa. 

Também é relevante na valorização do imóvel, um edifício com um certificado energético de classe alta tende a ter um valor de mercado superior. Por fim, pode dar acesso a benefícios fiscais e a linhas de crédito mais vantajosas para obras de reabilitação energética.

Em Portugal, o certificado energético é obrigatório para a venda de imóveis e arrendamento de imóveis, o certificado deve ser apresentado ao comprador e ao inquilino respetivamente.

Um certificado energético é um documento que avalia o desempenho energético de um edifício, classificando-o numa escala de A+ (mais eficiente) a F(menos eficiente), de acordo com Figura 2. Além da classe energética, o certificado apresenta uma estimativa do consumo anual de energia do imóvel e, o mais importante, sugere medidas para melhorar a sua eficiência energética. A validade deste documento é geralmente de 10 anos para edifícios residenciais.

O Manual SCE, guia essencial para a certificação energética de edifícios em Portugal, encontra seu alicerce em uma sólida base legal. Diversos regulamentos e despachos, como o Decreto-Lei n.º 118/2013 e o Regulamento de Certificação Energética de Edifícios, definem os princípios, os requisitos e os procedimentos a serem seguidos na avaliação do desempenho energético dos edifícios.

 

 

 

 

 

 

 

Estes documentos legais garantem a uniformidade e a qualidade dos certificados energéticos emitidos em Portugal, contribuindo para a promoção da eficiência energética e a proteção dos consumidores.

É necessário também ter em conta:

 

 

-  Enquadramento (Legislação aplicável tendo em conta a data de aprovação da arquitetura do edifício (fase do ciclo de vida), etc.)

 

 

-    Caracterização do Edifício (Tipologia de utilização, categoria dos espaços, marcação das envolventes, etc.);

 

 

-   Caracterização dos elementos da envolvente (elementos construtivos, envidraçados, etc.) e dos sistemas técnicos;

 

-  Metodologia de Cálculo;

 

-  Determinação de indicadores e da classe energética do edifício;

 

-  Identificação e estudo das medidas de melhoria:

 

-  Relatório de Avaliação do Desempenho Energético dos Edifícios.

 

Como já referido, é importante analisar o contexto, do enquadramento e da arquitetura do edifício em estudo, antes de se realizar o cálculo térmico propriamente dito. Também “a priori” é necessário ter desenvolvido as envolventes térmicas, peças desenhadas do projeto do estudo térmico, de modo a identificar os espaços úteis e não uteis, vãos envidraçados e tipos de soluções de pavimentos, paredes, cobertura e solo.

Para efeitos de avaliação do desempenho energético do edifício (DEE) deve ter-se em conta envolvência do edifício, onde se inclui os parâmetros relativos à localização e clima.

A avaliação do DEE varia em função do clima e das respetivas variáveis que o influenciam, nomeadamente a nomenclatura das unidades territoriais estatísticas (NUTS III) e a altitude. Os NUTS III em Portugal são subdivisões regionais utilizadas para fins estatísticos e administrativos, parte da Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS) da União Europeia. Representam regiões de nível local, agrupando municípios com características socioeconómicas semelhantes. Em Portugal, existem 30 regiões NUTS III de acordo com a Tabela 1

 O zonamento climático do País baseia-se na Nomenclatura das Unidades territoriais para fins estatísticos de nível III (NUTS III). Para o cálculo térmico, cada NUTS III; pode ter valores diferentes, para cada parâmetro térmico.

Tabela NUTS III - Fonte Manual SCE

Assim, envolvente da edificação consiste na definição de três elementos distintos: a região do território (região A ou B, cada uma delas com características próprias), a rugosidade (efeito da variação da ação do vento com a altura do edifício acima do solo) e a classe de proteção da fachada (relativamente à ação do vento);

            Adicionalmente, são definidas três zonas climáticas de inverno (I1, I2 e I3) e três zonas climáticas de verão (V1, V2 e V3). Cada edifício e estudo irá ter uma zona climática de inverno e outra de verão, resultante dos cálculos efetuados.

            Para a definição da zona climática de inverno, é necessário proceder-se à determinação do número de graus-dias (GD) na estação de aquecimento. Para a definição da zona climática de verão, é necessário proceder-se à determinação da temperatura média exterior na estação convencional de arrefecimento.

            Uma vez tendo estes dados e tendo as soluções dos pré-requisitos térmicos de arquitetura, passa-se para a fase seguinte a confirmação das envolventes e posteriormente o cálculo térmico.

            Nesta fase do processo devem ser definidos como espaços interiores úteis ou espaços interiores não úteis (ENU). Excetuando algumas situações particulares, esta caracterização dos diferentes tipos de espaços interiores deve ser feita, para edifícios de habitação, tendo em conta o disposto na Tabela 2 apresentada abaixo.


Tabela 2 Classificação do tipo de espaço interior em edifícios de habitação. Fonte: Manual SCE

Após a caracterização dos espaços interiores, deverão ser quantificadas as trocas térmicas entre os espaços interiores úteis. Para tal, é necessário calcular o coeficiente de redução de perdas (bztu) dos respetivos espaços não úteis e, de acordo com a Tabela 2, verificar qual é a condição de fronteira.O cálculo do bztu, coeficiente de redução, é obtido de acordo com a fórmula da Figura:

 


Figura  Fórmula do Bztu

 

    As condições fronteiras apresentadas são reproduzidas através da marcação de envolventes com diferentes cores. Assim, cada condição fronteira é representada por uma cor específica, de acordo com as Tabelas seguintes . A marcação das envolventes nas peças desenhadas em plantas e em cortes, quando necessário, deve ser feito pelo interior dos elementos correspondendo às paredes uma linha e às coberturas e pavimentos as tramas, de acordo com as tabelas e figuras seguintes.



Condições de Fronteira Fonte: Manual SCE


Cores a usar para marcação das envolventes nas peças desenhadas. Fonte: Manual SCE


Envolventes dos Pavimentes Fonte: Manual SCE

Além das envolventes também é necessário fazer um levantamento dimensional das dimensões do edifício em planta, assim como o pé-direito das frações a estudar.

 

A definição, por exemplo, das soluções construtivas da envolvente opaca implica o cálculo da variável U – coeficiente de transmissão térmica, que estabelece os requisitos mínimos térmicos que estes elementos devem cumprir.

Além da introdução da área de elementos como paredes, pavimentos, coberturas, portas e envidraçado tendo em conta a sua condição fronteira, deverá ser também introduzida a área de possíveis zonas de ponte térmica plana (PTP).

As pontes térmicas são zonas do edifício onde ocorre uma descontinuidade no elemento construtivo, por alterações ao material utilizado (mudança de espessura) ou por troca de material, que provocam uma variação no fluxo de calor. Estas pontes térmicas podem existir em elementos planos – PTP’s, já introduzidas – ou em elementos lineares (na ligação entre elementos construtivos, por exemplo) – pontes térmicas lineares (PTL). Para além dos efeitos das pontes térmicas, deverá ser também tido em conta no cálculo o efeito dos elementos de sombreamento nos vãos envidraçados e deverá ser introduzida a inércia térmica dos diversos elementos opacos.

A inércia térmica traduz a capacidade de armazenamento de calor que os elementos construtivos podem apresentar, e varia em função da massa superficial útil por metro quadrado de área interior útil de pavimento (a determinação desta variável depende da condição fronteira do elemento).

Após a preparação das peças desenhadas, podemos realizar o cálculo térmico. Introduzido todos os dados na folha de cálculo PTnzeb, dados esses que consistem no enquadramento, envolvência, bem como as soluções construtivas e equipamentos de climatização e ventilação.

 

 

 

 

Obtém-se os dados das necessidades nominais anuais de energia útil para aquecimento (Nic), as necessidades nominais anuais de energia útil para arrefecimento (Nvc) e obtém-se também a referência para edifícios de habitação as necessidades nominais anuais de energia útil para aquecimento de referência (Ni) , necessidades nominais anuais de energia útil para arrefecimento de referência (Nv), bem como as necessidades de energia para aquecimento de água sanitária.

De acordo com o disposto na portaria prevista no n.º 12 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 101-D/2020, de 7 de dezembro, os edifícios de habitação novos, sujeitos a grande renovação, ou cujo sistema de ventilação foi renovado, devem apresentar uma taxa de renovação de ar horária (𝑅𝑝ℎ) igual ou superior a 0,5 renovações por hora. Assim este valor da ventilação (RPH) também é calculado usando o método base, método simplificado ou condicional presentes na folha de cálculo.

A integração de todas as informações mencionadas até agora, juntamente com a definição dos sistemas de aquecimento de águas sanitárias (AQS) e climatização previstos para a habitação, permitirá determinar se os requisitos térmicos são atendidos e qual será a classe energética resultante do cálculo. Se a classe energética alcançada para a moradia for pelo menos A 50%, poderão ser implementadas medidas de melhoria para concluir o preenchimento da folha de cálculo. Sempre que houver a possibilidade de melhorar a classe energética através de correções em patologias construtivas ou da instalação de sistemas de AQS e/ou climatização diferentes, devem ser realizadas medidas de melhoria.

Uma vez finalizado o cálculo, poderá emitir-se o pré-certificado energético para fins de licenciamento. No caso do certificado final, o processo é idêntico e deverá ser emitido no final da obra, o que exige um levantamento do que foi construído, bem como equipamentos de climatização e ventilação, e respetivas fichas técnicas de forma a representar o que foi feito na obra.




sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Software de Cálculo FTools

 







                Ainda no tema dos Softwares de Cálculo,

                O Ftool é um programa para a análise estrutural de pórticos planos. Tem como principal objetivo o prédimensionamento m simples e eficiente de estruturas. O programa foi inicialmente desenvolvido para uso em sala de aula, mas evoluiu para uma ferramenta frequentemente utilizada em projectos estruturais profissionais. Assim, foi lançada uma edição avançada, com licença comercial, de forma a satisfazer as necessidades dos projectistas de estruturas, mantendo a edição básica gratuita.

A edição básica do Ftool permite ao utilizador definir modelos de uma forma eficiente e simples. Analisa o modelo estrutural e oferece muitos resultados diferentes, tais como diagramas de forças internas e a configuração deformada da estrutura, bem como linhas de influência para qualquer ponto da estrutura e envelopes de resultados de cargas e esforços. As secções transversais podem ser definidas parametricamente de acordo com vários modelos (rectangulares, em T, em L e em I, etc.), selecionando a partir de um conjunto diversificado de formas padrão (AISC, Gerdau, etc.), ou genericamente (definindo as propriedades geométricas das secções, tais como a área e o momento de inércia). Os elementos estruturais podem ser calculados pela teoria de Euler-Bernouilli ou pela teoria de Timoshenko. Os apoios podem ser rígidos ou elásticos e podem ser inclinados ou sofrer deslocamentos impostos. Isto permite que vários tipos de estruturas, desde as mais simples às mais complexas, sejam modeladas no Ftool numa questão de minutos.

    A edição avançada do Ftool acrescenta algumas funcionalidades para facilitar a sua utilização profissional. A ferramenta mais importante na primeira versão avançada são os casos de carga múltipla. Esta é uma necessidade real num projeto, porque uma estrutura real tem normalmente de resistir a vários carregamentos diferentes, tais como cargas vivas, vento de várias direcções, etc. Com a edição avançada do Ftool, é possível analisar todos estes casos de uma forma simples e direta. Também é possível criar combinações de cargas ponderadas e visualizar as envolventes de resultados para ambos os casos e combinações, apresentando de forma simples e clara o pior cenário para cada elemento de uma determinada estrutura.

    Outra vantagem da edição avançada é a secção transversal prismática genérica para os elementos. Se nenhuma das formas paramétricas oferecidas pelo Ftool for uma representação exacta da forma real em uso, não é necessário calcular as propriedades geométricas e definir uma secção genérica, um trabalho que teria de ser repetido se a forma sofresse qualquer modificação. O utilizador pode simplesmente desenhar a forma como uma composição de trapézios, permitindo uma representação precisa de quase todas as secções transversais.

    Enquanto estudante de engenharia civil, utilizavamos muito este software para retirar esforços de estruturas isoestáticas e hiperestáticas, é um bom software para confirmar cálculos e retirar esforços



Deixo aqui o link do ftools

Software de Cálculo XD conserv e XD cosec

 "Caríssimos Colegas,


Gostaria de dar a conhecer o programa XD-CoSec, destinado ao cálculo de secções de betão armado de geometria qualquer em flexão desviada. É um programa muito simples e intuitivo, e é uma boa alternativa às tabelas de dimensionamento existentes no mercado, pois é mais expedito e preciso.

É possível fazer o download gratuito do software clicando aqui, onde também encontrará informações acerca de outros programas, desenvolvidos num âmbito similar.

Espero que gostem,
Cumprimentos."

Esta mensagem foi partilhada no forum de engenharia civil pelo utilizado XD cosec, partilhando um dos softwares que utilizo muito para verificar secções de betão armado, tanto para dimensionamento como para verificação. 
Entretanto, o link destes softwares foram retirados da internet, aproveito este blogue para partilhar o link da minha drive onde se encontram estes softwares.

1º Link